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Violência matou cerca de 60 jovens por dia no Brasil em 2023, aponta pesquisa

A maioria das vítimas, 94%, são homens, com destaque para a faixa etária de 20 anos.

Fernanda Diniz

12 de maio de 2025 às 17:20   - Atualizado às 17:23

IML

IML Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Um estudo divulgado nesta segunda-feira, 12 de maio, revela que 21.856 jovens perderam a vida em 2023 devido à violência letal no Brasil. Isso equivale a uma média de 60 assassinatos diários entre pessoas de 15 a 29 anos. Os dados fazem parte do Atlas da Violência 2025, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Entre 2013 e 2023, o país registrou um total de 312.713 jovens mortos por homicídios. A maioria das vítimas, 94%, são homens, com destaque para a faixa etária de 20 anos, que concentra o maior número de vidas interrompidas de forma precoce.

A violência continua sendo a principal causa de morte entre os jovens brasileiros. Em 2023, quase 50% de todos os homicídios no país (47,8%) afetaram indivíduos entre 15 e 29 anos.

Apesar do alto número de óbitos, os dados indicam uma tendência de redução desde 2017, quando o Brasil registrou o pico histórico de homicídios, com 72,4 mortes por 100 mil jovens. Em 2023, essa taxa caiu para 47,0 por 100 mil, representando uma redução de 6,2% em relação ao ano anterior.

Metodologia

O relatório do Atlas, um dos mais completos da área, busca retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Esse modo de análise permite ter uma visão mais ampla sobre a violência no País, "desviando" de possíveis subnotificações. Em vez de lançar luz sobre feminicídios registrados, por exemplo, o relatório foca em homicídios de mulheres.

"A lei (do feminicídio) começa em 2015 como uma categoria penal. No entanto, o feminicídio existe desde que o mundo é mundo. Então a gente queria achar uma proxy, uma medida indireta do feminicídio no Brasil mesmo antes da criação da lei", afirma Daniel Cerqueira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.

A opção foi usar os homicídios de mulher que ocorrem dentro de casa como feminicídio. "As evidências nacionais e internacionais mostram que, quando uma pessoa é assassinada dentro de casa, em mais de 90% das vezes o perpetrador é íntimo da vítima: marido, ex-cônjuge ou familiar muito próximo", explica o pesquisador.

Conforme o Atlas, de acordo com os registros do SIM, em 2023, do total de homicídios registrados de mulheres, 35% aconteceram na residência. "Considerando essa proporção, 1.370 dos 3.903 homicídios registrados no ano teriam acontecido nesse local, sendo lidos, portanto, como feminicídio", aponta o relatório.

Polarização e valores do patriarcado

Segundo Cerqueira, é difícil cravar qual a razão de um número tão expressivo. "O que a gente pode falar, de muitos anos, é que há o recrudescimento da polarização e radicalização política, que muitas vezes traz à tona valores culturais que reforçam a ideia e os valores do patriarcado como meio de resolver problemas", diz.

O pesquisador explica que, para além dos números levantados no Atlas, há um aumento "grande nos feminicídios, segundo os registros policiais", e agora as estatísticas chegam perto da estimativa de feminicídio apresentada no relatório.

"Isso acontece porque há um processo de aprendizagem dentro das autoridades policiais que, muitas vezes, pegavam aquela morte da mulher e classificavam apenas como homicídio", diz o pesquisador "Hoje a gente vê os dados policiais andando mais juntos com os dados da saúde."

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