Periferia e Baile do Inferninho Foto Montagem/Portal de Prefeitura/Agência Brasil
Uma recente pesquisa realizada pelo projeto Juventudes pela Cultura de Paz, iniciativa da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, revelou um quadro preocupante para os jovens que vivem nas comunidades periféricas do Recife. Segundo o estudo, 74% dos jovens entre 14 e 29 anos afirmam se sentir pouco ou nada seguros onde moram, evidenciando o impacto direto da ausência de políticas públicas consistentes e ações preventivas voltadas para essa faixa etária.
O levantamento, feito com aproximadamente 1.500 jovens residentes em bairros como Morro da Conceição, Alto José Bonifácio, Alto do Brasil, Linha do Tiro e Brejo da Guabiraba, apontou que 93% dos entrevistados desconhecem iniciativas de prevenção à violência em suas comunidades ou escolas. Além disso, os jovens destacaram que episódios de bullying, racismo e LGBTfobia são recorrentes no ambiente escolar, agravando a sensação de vulnerabilidade e exclusão.
Para a assessora do Programa Infância, Adolescência e Juventude da Cáritas Nordeste 2, Mona Mirella, essa desconexão entre o conhecimento dos direitos legais e a capacidade de denunciar violações revela uma realidade preocupante.
“Muitos jovens sabem identificar as formas de violência, mas não sabem a quem recorrer ou como buscar justiça. Isso demonstra a urgência de políticas que promovam não só a proteção, mas também o protagonismo juvenil e o fortalecimento das redes comunitárias de apoio”, explica.
Os dados da Secretaria de Defesa Social do Estado reforçam o cenário alarmante: somente nos cinco primeiros meses de 2024, 252 pessoas foram assassinadas no Recife, sendo que mais da metade das vítimas tinham entre 14 e 29 anos. A violência e a sensação constante de insegurança impactam diretamente o desenvolvimento social e emocional desses jovens, que muitas vezes não veem alternativas para escapar desse ciclo.
Embora algumas iniciativas pontuais tenham sido anunciadas pela gestão municipal, a falta de políticas públicas estruturadas e a morosidade na implementação de programas de inclusão social e proteção reforçam o sentimento de abandono. A ausência de espaços culturais, oportunidades de emprego e programas de prevenção tornam o caminho para muitos adolescentes e jovens ainda mais difícil.
O cenário revela que é indispensável um esforço conjunto entre poder público, sociedade civil e comunidade para construir soluções efetivas. Investir em educação, cultura, esporte e capacitação profissional são ferramentas essenciais para transformar a realidade das periferias do Recife, oferecendo aos jovens perspectivas reais de futuro e reduzindo os índices de violência.
A juventude do Recife clama por ações concretas e políticas públicas que possam garantir seus direitos, sua segurança e seu desenvolvimento integral. Sem esse compromisso, o medo e a insegurança continuarão a limitar o potencial de milhares de jovens, que representam o presente e o futuro da capital pernambucana.
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